Artigos

Chefes Dificeis: Como censeguir acesso a eles?

Nem sempre é fácil lidar com as pessoas. O problema é maior ainda quando não sentimos empatia por aqueles que nos lideram, pelos nossos chefes. Chefes que exigem demais, que ajudam de menos, que muito criticam e que são controladores.
Então o que fazer? Qual a melhor maneira de se lidar com um chefe difícil

Segundo José Nunes Gentil, Sócio Diretor da Germinal, empresa de consultoria e educação executiva, antes de responder a essas questões é necessário abordar outro ponto. “Creio que o grande problema reside originariamente nos motivos que levaram à promoção desse líder. Não raro, são profissionais que se destacam positivamente no desempenho técnico e que, por consequência e oportunidade, são promovidos a cargos de chefia. Até aqui nenhum problema, contudo este profissional precisa adquirir outras competências, relacionadas ao desempenho da nova função. Assim sendo, e pela falta de sincronia entre a promoção e a capacitação, acabam sendo chefes medíocres. Normalmente oscilam entre extremos: ou são autoritários, por necessidade de esconder a sua incompetência, ou são chefes ‘amigões’, que não querem se indispor com ninguém - e quem sofre é a produtividade da área”.

Para evitar que a falta de empatia com o seu chefe atrapalhe o seu desempenho, a motivação é citada como solução. Gentil diz que quando gostamos da nossa profissão, a dificuldade em lidar com o chefe fica até mais amena, pois naturalmente o profissional vai buscar a excelência (até para usar como ‘tapa-boca’ de seu líder) e, nesse sentido, o próprio trabalho é motivador.

“Já quando não existe a motivação intrínseca ao trabalho, creio que o melhor caminho é procurar outra área da empresa ou mesmo outra empresa. Enquanto isso não acontecer, tente lembrar-se do ditado popular que diz ‘não existe mal que não se acabe, nem bem que sempre dure’. Brincadeiras à parte, essa situação acaba beneficiando o profissional, pois aprender a lidar com essas situações difíceis amplia a nossa resiliência”, diz Gentil.

Estabelecendo contato

Porém, às vezes o chefe é tão inacessível e crítico que até temos receio de contatá-lo. Nesse tipo de situação, o Gentil sugere que a melhor maneira é planejar o contato, o que você dirá e quais perguntas ou críticas o chefe poderá fazer. Antecipar-se, procurando sempre descobrir quais os momentos em que ele está mais acessível, e só aí estabelecer o contato. A conversa deve correr de forma polida, educada, assertiva e sem ataques ou juízo de valor. A dica para tudo isso é para “não entrar na estratégia de pedinte, dependente ou vítima (às vezes é o estilo de colaborador preferido do chefe), mas de um profissional que é competente e que precisa de orientações e/ou decisões que fujam da sua alçada.”

Quando se tem um chefe difícil, muitas vezes a equipe acaba elegendo um dos seus membros como porta-voz de todas as necessidades do time. Geralmente essa pessoa é a única que tem confiança e/ou maturidade para enfrentar o chefe. Se esse personagem não surge, a equipe toda corre o risco de ficar infeliz, insatisfeita e desmotivada. Não obstante, essa é uma situação difícil, pois o ambiente corporativo não costuma ser muito justo com “heróis”. A corda acaba estourando em cima de quem se mostra mais. Mas há um porém nesse processo: quando a situação afeta a todos, inclusive ao porta-voz, não há motivo para não levantar-se contra as injustiças.

Outra forma de conseguir chegar até esse superior é através do feedback 360º, onde tanto os subordinados recebem respostas de seu superior quanto o superior de seus subordinados. Vale à pena consultar o RH de sua empresa para ver se ele é aplicado, pois talvez essa seja uma boa oportunidade e uma forma mais concreta de conseguir ser aberto e levar a seu líder todas as atitudes dele que desmotivam e geram conflito na equipe.


José Nunes Gentil é consultor especializado e atua há 25 anos na área. Sócio Diretor da Germinal Cultura Organizacional – nunesl@germinalconsultoresl.com.br
« voltar para o índice de Artigos